terça-feira, 3 de janeiro de 2012

RELACIONAMENTO COM VOLUNTÁRIOS


  “Não lamentes sua solidão, haja, abra as portas da solidariedade feche a do orgulho, derrube o muro de sua intolerância de seu individualismo e arrogância, escancare de vez as janelas de sua alma, retire as telhas que bloqueiam sua fé, e terás uma linha direta com Aquele que realmente importa, perceberás assim que nunca esteve ou estarás só.”

Elmer Souza Pessoa
  "Viver como Escoteiro é crescer como indivíduo!".

Reflexões de um Velho Lobo                     
29  – RELACIONAMENTO COM  VOLUNTÁRIOS
Existem no relacionamento cotidiano com voluntários adultos, algumas normas de procedimento que nem sempre estão escritas, mas que as leis do bom censo nos recomendam adotá-las.
Aqueles que trabalham com voluntários, devem desenvolver um sexto sentido neste relacionamento, pois em nosso país praticamente não existe a cultura do voluntariado, estando ainda insipiente o hábito de doar uma parcela de seu tempo a uma causa que julgue importante.
Muitos ainda acreditam que a condição de voluntário os exime de qualquer responsabilidade, deixando atrelado à sua disposição de momento, assumir de fato e executar a tarefa anteriormente compromissada.
Há países em que a condição de voluntário agrega uma imagem de bom cidadão, pessoa de caráter e de responsabilidade com a sociedade, mesmo àqueles que dispõem de poucas horas para doar.
Trabalhar em uma associação, mesmo que por algumas horas semanais, qualifica a pessoa trazendo admiração e respeitabilidade no meio social em que freqüenta, e em contra partida, se for alheia a esse chamamento, é sutilmente discriminada, rotulada de egoísta e indiferente às dificuldades daqueles mais necessitados, qualidades consideradas inadequadas nos países desenvolvidos.
No Brasil, pode-se afirmar que é recente o desenvolvimento desse espírito de solidariedade, com grande esforço de alguns abnegados, mas ainda esbarrando no hábito da livre vontade, quase beirando a irresponsabilidade.  Geralmente esquecem que o voluntário tem direitos, porem tem deveres e obrigações.
O Movimento Escoteiro é fundamentalmente voluntário. Exercendo essa condição há mais de cem anos, dá aos seus membros certa experiência no trato com o voluntário, porem podemos afirmar que a forma empregada nesta convivência nem sempre é a mais indicada.
Trabalhar com o adulto voluntário é difícil pela própria natureza, seja ele de qual instituição for e, somando-se aos dados acima apresentados, as dificuldades tomam um vulto ainda maior. No Escotismo, para tornar-se um Chefe Escoteiro, este voluntário necessita além de possuir qualidades inerentes de um educador, certa disponibilidade de tempo e ainda precisa ser treinado e capacitado para a função que se propõe exercer.
Nos países ditos de primeiro mundo, o voluntário que atua no Escotismo desfruta do mesmo prestígio e consideração dos voluntários de outras instituições, nos quais são reconhecidos em igualdade, o seu valor e dedicação.
Aqui, nem tanto... Talvez pelos problemas já citados, mas, também, agravados pelas divergências internas que não raramente, transpassam os muros do Grupo, caindo no domínio de pais e familiares.
Não raro essas divergências ocorrem por inabilidades no trato com o adulto voluntário, esquecendo-se das regras do bom senso, tão faladas porem pouco empregadas.
Essas divergências costumam acontecer após algum tempo de convivência, quando um relacionamento de maior amplitude já diluiu o entusiasmo do recrutamento e iniciou-se de fato a tarefa do voluntário. Nesta fase é que o trato com as pessoas assume um fator de relevante importância. Muitas vezes esse voluntário nem sempre recebe a consideração de seus pares ou daqueles que exercem funções tidas como superiores na administração do Grupo.
Daí vem à mágoa e com ela a desmotivação, destruindo o entusiasmo, o idealismo, e a garra apresentada anteriormente quando se juntou aos demais. Há casos que uma palavra mal colocada, em um momento inoportuno, consegue destruir tudo o que foi cuidadosamente articulado. Como conseqüência, certamente ocorrerá os desentendimentos, culminando com o desligamento litigioso do voluntário.
Conforme foi dito, existem regras que nem sempre são escritas. Vamos listar alguns procedimentos de relacionamento entre voluntários visando à harmonia e a fraternidade:
  • Cumprir fielmente a Promessa e a Lei Escoteira.
  • Cumprir regras, normas e regulamentos que regem o Escotismo.
  • Capacitar pessoas motivadas e motivar pessoas capazes.
  • Premiar e elogiar em público.
  • Chamar à atenção em particular.
  • Determinar o Forum indicado para tais procedimentos.
  • Evitar comentários de assuntos disciplinares em público e com pessoas não habilitadas, pois não contribuiria em nada.
  • Assuntos privados em lugar privado e com pessoas habilitadas para tratar do assunto.
  • Não generalizar, pois nem todos sãos maus ou bons.
  • A pessoa é inocente até que se prove a sua culpa.
  • A dedicação a uma causa independe de interesses pessoais.
  • O mérito é o resultado da capacidade somada à dedicação.
  • A IM é o “Diploma” que capacita o Escotista a executar um melhor trabalho. Não é prêmio nem condecoração.
  • Condecoração é o reconhecimento a um trabalho (e dedicação) já executado, motivando a continuidade e a captação de outros.
  • Acreditar, por princípio, nos indivíduos que são Escoteiros.
  • Considerar possíveis falhas, pois existem como parte de uma sociedade imperfeita.
  • Procurar realizar o que a associação se propõe e cumprir a Missão da entidade.
  • Ser guardiões de uma imagem herdada de outros que nos precederam, cabendo a nós entregá-la aos futuros adeptos melhor do que recebemos.
  • Somos responsáveis pelos nossos atos e, portanto, responsáveis pela imagem de um Movimento centenário, cujas ações podem deixar impressões positivas ou negativas.
Essas normas fazem parte de um conjunto de ações que, se aplicadas por todos, certamente irão contribuir para o relacionamento fraterno entre os voluntários adultos, devendo estreitar a amizade e a cooperação, tendo como conseqüência, o progresso e o crescimento do Grupo Escoteiro.
Elmer S. Pessoa – DCIM – novembro 2011.
55º MORVAN – Santos/

Solidariedade
é amar o temido, ajudar um amigo, fazer de alguém um irmão... É não pensar em olho por olho, é nao querer se vingar é unir aos desconhecidos. Das virtudes és uma das mais bonitas; dos pobres, dos ricos, dos feios, ou dos bonitos... É solidário quem quer e não quem pode!