segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

OS PAIS E O GRUPO ESCOTEIRO




Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.

Os pais e o Grupo Escoteiro

Muitos escotistas comentam comigo sobre as dificuldades encontradas quando procuram os pais para colaborarem em diversas situações no Grupo Escoteiro. Claro, sabemos que vários grupos não têm este problema, portanto nos dirigimos àqueles que nos lêem e gostariam de algumas sugestões a respeito.
Alguns dos comentários recebidos:

 - Alguns jovens participam com idealismo, mas nunca vi seus pais e quando peço uma reunião com eles, poucos aparecem.

- Em época de eleição da diretoria é uma luta para que alguém se ofereça para ajudar, e isto nos poucos que comparecem.

- Para qualquer atividade que for necessário uma taxa, isto sem falar na mensalidade, a maioria (os pais) não colaboram e não ajudam em nada.

- Quando algum escotista pretende participar de alguma atividade ou cursos para aprimorarem seus conhecimentos, sempre arcam com todas as despesas de transporte e taxas, com isto muitos desistem de prosseguirem na trilha escoteira.

- Enfim, sem eles ficamos sem condições de manter o Grupo Escoteiro, e até o registro anual é prejudicado. Ou fica sem fazer ou se registra poucos membros do Grupo.

É, é uma situação constrangedora. Claro tudo isto não existiria se na entrada do jovem, algumas providencias fossem tomadas. Se o Grupo já está com vários destes problemas, (sugiro que leiam outros artigos tais como “onde está o erro” aqui neste blog) só existe uma solução e esta infelizmente tem de ser tomada para que possamos ter os pais de volta.

Vou dar um exemplo de vários grupos escoteiros que são exigentes na admissão do jovem. Vejam como tratam o assunto:

- Os pais devem vir acompanhados dos filhos interessados; (se não vierem não tem admissão)

- Não aceitar pais de jovens inscritos no grupo trazendo filhos de vizinhos ou parentes.

- É feito uma ficha de inscrição, onde consta que os pais também vão pertencer ao Grupo e é explicado a eles o que se espera após a aceitação do filho e o que o movimento escoteiro tem a oferecer a ele.

- Eles ficam automaticamente inscritos no primeiro Curso Informativo (pode ser feito pela própria chefia no grupo ou então ver no Distrito ou Região se existe algum a respeito) este curso não deve ser maior que 4 horas e menor que 2 horas.

- Enquanto estas formalidades não forem cumpridas, o jovem não participa diretamente. Ele pode ficar por um tempo observando a movimento das tropas sem interferir.

- Depois de feito os quesitos acima, quando da Cerimônia de Bandeira, o jovem e os pais são apresentados a tropa/alcatéia, aí sim o jovem começa na sua patrulha ou matilha que vai recebê-lo do chefe da seção correspondente, onde então se fará alem do grito da patrulha ou similar na alcatéia, saudando o novo membro.

- Os pais são convidados a sede para que o chefe do grupo (diretor técnico, acho eu) mostre a eles o calendário anual das atividades e as reuniões dos pais alem do Conselho anual (congresso). Também deverão preencher uma pequena ficha, com nome, telefone e endereço e dizendo como podem colaborar no grupo, semanal ou mensal. Uma lista de funções deve ser apresentada pelo chefe. Do Grupo (diretor técnico acho eu), e a partir deste momento, o Chefe não deve deixar de fazer contato telefônico, pessoal ou mesmo lembrar a eles que precisam de sua presença conforme foi acertado anteriormente.

O mais importante é que a falta de duas ou três atividades marcadas nenhum deles comparecerem, e após contato telefônico e pessoal sem resultado, o jovem leva um aviso aos pais que ele só continua se eles vierem ao grupo para conversarem novamente.

Claro, vocês podem dizer que isto é muito radical, mas é bom lembrar que somos um movimento voluntário, sem fins lucrativos e nosso intuito é colaborar com os pais, a escola e a igreja. Sem a presença destes nada podemos fazer em benefício do jovem. Muitos escotistas ainda não chegaram à conclusão que é os pais é que precisam de nós e não o contrário. 

É importante que o Grupo Escoteiro mantenha algumas atividades para os pais em seu programa, a fim de motivá-los e sempre acontece que muitos deles passam a se interessar mais pelo movimento, oferecendo seu tempo para colaborar como escotistas. Existem exemplos que em pouco tempo, surge um grande número de chefes resolvendo de vez a falta de adultos tão reclamados por muitos.

Algumas atividades sugeridas:

Uma vez por ano, com ajuda de alguns pais, escolher um local onde todos possam passar um dia inteiro, em confraternização (se possível um sítio fora da cidade, que tenha instalações necessárias para os participantes). Nesta confraternização executar um programa nos moldes escoteiros, formando patrulhas junto com os filhos, competições entre elas, com grito próprio, cerimonial de bandeira e encerramento com a Cadeia da Fraternidade.

Nas atividades de Alcatéia, sempre ver com a chefia quantos pais serão necessários e convidar aqueles que se propuseram a isto.

Comissões internas para em conjunto com a Comissão Executiva (diretoria) desenvolver tarefas tais como: Arrecadação financeira compras para acampamentos – transporte para atividades de seções – instrutores de especialidades e outras de comum acordo com o Conselho de Chefes e Diretores do Grupo Escoteiro.

Finalmente, agindo conforme aqui sugerido, os resultados serão sempre alcançados, e os chefes poderem ter mais tempo com suas famílias, pois agora o trabalho é dividido por todos aqueles que são responsáveis também pelo Grupo Escoteiro.

Conheci diversos grupos, que a participação de pais é tão grande (seus efetivos superam 200 membros participantes), que quando realizam as atividades extra- sede com os pais, superam em mais de 400 participantes (vão avós, tios, tias, primos e amigos que eles também convidam).

É necessário que o Conselho de Chefes seja regularmente informado de tudo, para evitar atritos e sentirem responsáveis também pelos pais presentes.

Espero ter colaborado, mas se quiserem mesmo ter os resultados esperados, mãos a obra. Um poeta já dizia: Quem quer anda, quem não quer manda! E não deixe para amanhã o que pode fazer hoje1

Nós geralmente descobrimos o que fazer percebendo aquilo que não devemos fazer. E provavelmente aquele que nunca cometeu um erro nunca fez uma descoberta.
Samuel Smiles