quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NA TRILHA DO CAMINHO PARA O SUCESSO


Na trilha do Caminho para o Sucesso

A estrada para o sucesso, não é uma reta...
Há uma curva chamada fracasso, um trevo chamado confusão, um quebra-molas chamado amigos, faróis de advertência chamada família, e pneus furados chamados empregos...
Mas se você tiver um estepe chamado determinação...
Um motor chamado perseverança...
Um seguro chamado fé...
E um motorista chamado Jesus, você chegará a um lugar chamado sucesso...

                      De volta ao tema. A Evasão (rotatividade de pessoal - em inglês Turnover - no contexto de Recursos Humanos, refere-se à relação entre admissões e demissões ou à taxa de substituição de trabalhadores antigos por novos - de uma organização. Normalmente é expressa em termos percentuais. Pode ser também um indicador de saúde organizacional).  Por que o tema? Porque ele é atual. Porque ele é importante, porque se alguém não tomar uma atitude, o Escotismo terá um futuro incerto.

                      Não sou mágico. Não tenho super poderes. Não vou solucionar as causas e efeitos. Mas tenho tempo para analisar o atual e o antigo. Evasão, corrida contra o tempo, Escotistas mal formados, programa, cisões na UEB, (quatro novas (ou mais) organizações escoteiras nos últimos 15 anos). Efetivo cada vez menor, mudanças, alterações, muitos desistindo, grupos inteiros mudando de liderança nacional, tradições extintas. Isto assusta. Ora se assusta.

                     Antes de analisar “Onde está o erro” (na minha pequena visão), vou retroceder a alguns artigos meus, já publicados, (posso estar errado, não sou infalível) e que podem ser motivos de não conformidade com o pensamento de todos. Mas quem sabe, um intróito para um sussurro de “heureca!” achamos a luz no fim do túnel.

                     - “Métodos e Programas – fasc. 01 – Historias do "Velho" Escoteiro.
                     - Se o nosso Movimento é uma fraternidade livremente aceita e se não tem caráter de obrigação, o adulto só atua com supervisão. “O Escotismo pretende fazer com que o jovem participe de uma seqüência de atividades, adaptada a sua idade, exercitada principalmente ao ar livre, ajudando uns aos outros, confiando-lhes responsabilidade e assim acreditando que seu caráter se afirme”.

                     Continuando, mesmo fascículo - Quando BP reuniu em 1907 na ilha de Brownsea na Inglaterra 20 jovens de diferentes meios sócio-econômicos e educativos, ele trouxe uma enorme contribuição educacional que, na época estava estagnado. Assim o Escotismo veio dar uma visão mais abrangente às escolas e estas é que estão tirando partido das técnicas escoteiras de demonstração, observação e dedução, aplicando-as às suas classes. Às técnicas de aprender fazendo e tentar fazer sem saber, até descobrir o certo através do erro, sempre foram partes do método Escoteiro. Confiar no rapaz para que ele próprio seja responsável pela sua auto-educação e disciplina sempre fez parte do Escotismo. Dar liberdade ao espírito de competição e da aventura, através de jogos, acampamentos e excursões. Este é o Programa Escoteiro idealizado pelo fundador.

                       Não é mais assim, podem me dizer. Acredito. Mas acrescento ainda uma continuação do mesmo artigo - Poderia completar, continuava o “Velho” - Que temos uma base excelente e sem similar para realizar isto: A Patrulha! Ali os jovens podem viver, trabalhar e jogar em seu próprio grupo.

                      E quem não sabe disto gênio? Alguns podem afirmar. Não sei, acho que muitos leram e não entenderam. Vejam mais esta parte – O chefe formou a tropa por patrulha. Estavam desalinhados, conversando entre si e não prestavam nenhuma atenção ao dirigente. As instruções eram dadas indiscriminadamente. A maioria não ligava a mínima ao que ele falava. Os monitores a frente ouviam sem interesse. O local apesar de não ser o ideal, oferecia condições para uma boa atividade escoteira. Esqueceu dos monitores. Esqueceu do que aprendeu.

              Mas vamos continuar. Vale à pena analisar o pensamento do "Velho" Escoteiro - Nosso Movimento tem um programa definido e seus métodos são simples para atrair o jovem espontaneamente. No momento que tentamos adaptar situações diferentes do que pensou o nosso fundador, garanto que vamos fracassar. (estamos fracassando)
              Veja você o que está se passando ao nosso redor. Muitas mudanças e todos acreditando que vão acertar. Mas não. Estão errando. O jovem queira ou não queira é um idealista, arraigado ao passado sem o saber. Se pudéssemos conhecer o futuro, seja em qualquer época, iríamos ver que a natureza se sobrepõe a tudo. (escrito há 25 anos)
             - Aquela velha foto onde mostram que ele entrou para o Escotismo pensando em encontrar aventuras, vida ao ar livre, atividades em equipe, natação, subir em arvores, armar barraca, manusear cordas, machadinhas, facões, aprender transmissões rudimentares a distancias, poder fazer seu próprio destino junto aos seus amigos da patrulha sem adultos pôr perto, tudo isto e muito mais vai continuar prevalecendo pôr um bom tempo.
             - Muitos não sabem, mas hoje uma atividade rentável é a de explorar acampamentos próprios para a juventude. Fiquei sabendo que na maioria praticam algumas atividades aventureiras, com monitores (adultos) nem sempre preparados, mas que dois meses antes das ferias estão completamente lotados e quem quiser participar tem que enfrentar lista de espera. (e com preços bem salgados) - Paga-se para fazer o mínimo do que o Escotismo faz sem nada cobrar e melhor, com formação sem similar em outras organizações.

                         Vou continuar recordando agora com um comentário de Baden Powell que mostra realmente o que ele pensava do Sistema de Patrulhas -   
                “Quero que vocês, monitores, entrem em ação e adestrem suas patrulhas inteiramente sozinhos e à sua moda, porque para vocês é perfeitamente possível pegar cada rapaz da Patrulha e fazer dele um bom camarada, um verdadeiro homem”. De nada vale ter um ou dois rapazes admiráveis e o resto não prestando nada. Vocês devem procurar fazê-lo todos positivamente bons.
...Para conseguir isso a coisa mais importante é o próprio exemplo, porque, o que vocês fizerem os seus Escoteiros também o farão.
...Mostrem a todos eles que vocês sabem obedecer às ordens dadas, sejam elas ordens verbais, ou seja, regras que estejam escritas ou impressas e que vocês cumprem ordens, esteja ou não o chefe presente. Mostrem que conseguem conquistar distintivos de especialidades, e, com um pouco de persuasão, os seus rapazes seguirão o seu exemplo.
...”Mas lembrem-se que vocês devem guiá-los e não empurrá-los”.

                Acredito que estou chegando ao ponto onde quero atingir.  Portanto vou continuar com o "Velho" comentando seus fascículos - Meu sonho sempre foi estar em uma tropa Escoteira, com jovens ao meu redor sorrindo. Todos eles liderando e sendo liderados.
- Não seriam empurrados nem ficariam preocupados com o apito do chefe. O programa não seria rígido (café com leite dos sábados, conforme ele dizia onde já se sabia o inicio, meio e fim – em termos é claro).
- Teria elasticidade bastante para mudar dependendo das expressões do rosto de cada um. Encorajaria os jovens para que fossem os donos do programa. Eles é que o fariam. O relógio seria um mero instrumento para marcar o inicio e o fim da reunião, pois o meio iria depender da aceitação do programa. Meu julgamento do que é bom ou ruim não existiria. Os jovens é quem diriam pela sua maneira tão peculiar de aceitar ou não o que é bom para eles. Somente os resultados teriam validade.


                 Até aí sei que muitos estão balançando a cabeça. Tem este direito. Como disse não sou o dono da verdade nem o tal "Velho" Escoteiro que surgiu não sei de onde. Leiam outros trechos interessantes – Observem à escolha dos monitores, a patrulha vota. – E se eles escolherem alguém sem condições de liderança? A escolha foi deles, eles que devem achar se foi bom ou ruim e não o chefe. A democracia começa por aí. A confiança é à base do Sistema de Patrulhas. Não podemos tomar decisões em nome deles, a não ser em casos estritamente necessários. A nós compete treiná-los, adestrá-los (os monitores) e dar condições para o desenvolvimento deles. Se o sistema de Patrulhas for feito adequadamente com responsabilidades distribuídas, vai funcionar.             

                Ainda as palavras do "Velho" Escoteiro – Se eu fosse um chefe escoteiro, eu teria um excelente contato com os monitores. Quantos acampamentos faríamos juntos. Num domingo despretensioso, iríamos todos a um Shopping, uniformizados, assistir a um bom filme.
            - Iríamos também Visitar locais importantes para aumentar o saber, provocando admiração nos transeuntes e mostrando que a idade para a responsabilidade é ponto de honra no Movimento Escoteiro.
            - O adestramento seria uma constante. Eles seriam grandes amigos meus, freqüentando minha casa e eu a deles. Teria a confiança de todos e poderia ajudá-los nos seus problemas e quem sabe, também me ajudariam. Mas o que eu iria ter certeza é de que seria mais um e não apenas um!
            - Faríamos tantas coisas! - E quem ganharia com isso seria a patrulha, a tropa! - Em nossas conversas ao “Pé do fogo“, eles me diriam o que podíamos fazer para um bom programa, o que os outros jovens pensam a respeito e ouvindo-os, teríamos uma programação formidável! - já pensaram?
           - Ainda penso num acampamento, numa floresta qualquer, já tarde da noite, o fogo brando, ali sentados, dois, três ou quatro monitores e seus subs, um ou dois chefes, - todos amigos! - Que programa, que adestramento, quantas coisas boas para fazer deles responsáveis pela tropa e o seu adestramento progressivo.

                Vale à pena continuar? Mais um pouco, assim terão subsídios para discordar ou concordar - Vocês não devem esquecer – continuava o “Velho” - que o Sistema de Patrulhas é um trabalho em Equipe. Através dele vamos dar aos jovens noções de civilidade, harmonia, compreensão, democracia, honra, fraternidade e formação da personalidade sem impor determinações que não condizem com a formação do caráter. Trabalhamos com o todo visando à unidade, lembrem-se que colaboramos com os pais, a escola e a igreja.

                 - Continuando - O Programa Escoteiro já é conhecido de vocês e basta aplicá-lo. O inicio é simples e para isto a tropa pode ajudar e bem. Em uma conversa ao pé do fogo, em um acampamento de monitores ou em uma reunião de tropa, esbocem algumas metas e deixe que cada um use da palavra para alterar o que achar conveniente.
                 Peçam aos monitores para irem anotando. Quinze a vinte minutos no máximo. Maior tempo é cansativo e não vai ser produtivo. Depois, nesta mesma reunião ou numa próxima, surgiram uma Reunião de Patrulha, um Conselho de Tropa, para discutir novamente os tópicos e o seu desenvolvimento.
                 - Lembrem-se que ali devem ter dados concretos, pois eles é que vão dizer as metas a serem cumpridas, tanto no programa da tropa como no adestramento progressivo de cada um. É importante que cada jovem tenha sua copia da ficha modelo 120 (não sei se mudou) para anotar e acompanhar como está indo o seu adestramento progressivo e todas as vezes que for alterada o monitor apresenta ao chefe da Tropa para atualização de uma segunda via que pertence ao Grupo Escoteiro. Depois é devolvida. A “Corte de Honra“ define sempre as etapas onde se exige parte da Lei e Promessa.
                 - Claro que uma só reunião não será o bastante. Talvez mais. Cada tropa tem suas necessidades. Mas em três reuniões, seja de patrulha, Conselho de Monitores ou Corte de Honra, acredito que terão vários programas, de conformidade com o desejo deles.
                  Isto acaba com “detalhes” de programa semanal, mensal e trimestral. Falo isto, pois tenho visto dezenas de amadores falando sem nexo sobre o Sistema de Patrulhas. Muitos falam em teoria e na prática não se vê os resultados. Se aprenderam alguma coisa e querem colocar em prática, seria bom terem um bom adestramento técnico boa literatura e uma participação que não pode ir ao encontro dos desejos dos jovens.
                 - Lembre-se, o importante é deixar boa parte do programa na mão dos jovens. E vai funcionar. Disso tenho certeza.

                 Teria muito mais para completar meu raciocínio. Os fascículos escoteiros são pródigos em idéias e sugestões. Eles estão lá para quem achar que vale a pena lê-los. (http://chefeosvaldo.blogspot.com) Claro que temos também uma excelente literatura escoteira à disposição na loja de sua região. Ah! Não podemos esquecer o uniforme. Estamos péssimos. Cores variadas, coberturas variadas, cada um faz o que entende. O chefe de um jeito e os escoteiros e escoteiras de outro. Não há exemplos. Sempre o chefe quer ser a figura principal. Como inventa. Não aprendeu nada! (sem generalizar)

                 Mas vejamos alguns trechos sobre o uniforme – Lembro de uma “charge“ mostrava escoteiros com tipos e cores diferentes de uniformes. Embaixo lia-se: - E ainda dizem que somos um movimento uniformizado. O tempo passou e posso afirmar que nada mudou. Apenas pequenas divergências, que, somadas, não significavam muita coisa. Esta “charge“ datava de mais de 45 anos atrás.
Muito tempo havia-se passado deste então. Se naquela época do chapelão escoteiro já se discutia o uniforme, e agora? 
               A cada ano - dizia - em nome de algum motivo se altera o uniforme. Éramos conhecidos pelo Chapéu, o lenço e o caqui curto. Quando passávamos não havia duvida de que eram escoteiros. Hoje não. Se tirarmos o lenço, seremos cópias fieis de motoristas de ônibus, garagistas e recepcionistas em prédios públicos ou não. (com o maior respeito com a classe – Só questão de uniforme e muitos deles, melhor uniformizados do que nós). 
              
              Vejamos o pensamento de Baden Powell a respeito - “A farda escoteira, pela sua uniformidade, constitui agora num laço de fraternidade entre os rapazes do mundo inteiro. O uso correto do uniforme e a elegância na aparência de cada Escoteiro, individualmente, torna-o um motivo de crédito para o nosso Movimento.
              Mostra que está orgulhoso de si mesmo e da sua tropa. Pôr outro lado um escoteiro desleixado, mal vestido, pode causar aos olhos do público, uma péssima impressão sobre todo o movimento. Mostrem-me um desses tipos e lhes afianço que provarei que ele é um daqueles que não conseguiu pegar o verdadeiro Espírito Escoteiro e não se orgulha de ser membro da nossa Grande “Fraternidade“. (vale para os escotistas também).

              Somos uma organização mundial. Somos vistos por quase toda a população e não podemos perder este elo tão importante que diz quem somos. É preciso dar o exemplo, que a Direção Nacional tão pródiga em mudanças tome decisões neste sentido. Veja em outras organizações. Militares ou não. A uma preocupação constante. São sérios em suas exigências. Não abrem mão de suas normas disciplinares neste sentido.

             Isto volta ao circulo inicial. Ao ponto onde quero chegar. A evasão. Claro, sei que todos se preocupam com isto. Do mais simples assistente escoteiro aos dirigentes nacionais. Mas o que fazem? O que publicam a respeito? Estatísticas? O que você sabe sobre isto? Comentários aqui e ali em cursos de formação? E os resultados repito os resultados onde estão?

                 Fala-se muito em novos tempos, nova pedagogia, outros sistemas educacionais e até estão mudando a maneira de atuação do chefe escoteiro. Leio freqüentemente artigos de excelentes escotistas, que são pródigos em dar até fórmula matemática para explicar o porquê devemos mudar. Acham que os programas atuais são ótimos, basta assimilação e aplicar o conteúdo na sua forma. Gostaria de visitar suas sessões, e ver o resultado nos últimos 15 anos. (conheço varias tropas de ótimos escotistas, do mais alto padrão, e que a evasão é quase mínima, portanto sem generalização) Infelizmente estão completamente enganados. Quando tivermos um corpo de escotistas profissionais vivendo e recebendo como escotistas em tempo integral, talvez possa vir a concordar.

                 Não é isto que acontece com a maioria. Muitas vezes sacrificam suas famílias, mesmo que em alguns casos todos estejam participando. Não é possível justapor as tais performances que a UEB através de seus lideres formativos, estão querendo aplicar em nosso país. 

                 Quinze anos de mudança. Quem sabe mais. E os resultados? Olhem com calma os relatórios nacionais, façam seus gráficos, vejam onde crescemos e onde diminuímos. Só um cego não vê que não está dando certo! Vamos mudar mais? Não temos pessoal qualificado como querem e nunca vamos ter. Nosso voluntariado e formado de excelentes escotistas, mas que são obrigados a sacrifícios imensos para pelo menos manter sua sessão.

                 Faltam bons programas nas sessões. Concordo. Onde estão eles? Se for para mudar, não seria bom convidar a nata de escotistas bem formados e preparados e fazer diversos manuais, apostilas, de programas Pré-montados para as sessões? Entregar aos escotistas para serem aplicados? Não? Por quê? Não seria viável? O que é viável então? Ficar realizado comissões, discutindo e aprovando temas.  Nomear diretor para isto e aquilo e o resultado? O resultado. Estou sempre cobrando. Porque será que a nata do Escotismo Nacional não se manifesta. Está satisfeita com os resultados apresentados?

                Seria tão bom se déssemos uma volta ao passado, fazendo o que sempre fizemos. Não isto que está aí. Mais de 50% dos jovens saindo do escotismo por ano e em alguns casos menos de 40% de novas admissões. Se não for muito mais. Um vai e vem enorme, prejudicando nosso crescimento quantitativo e qualitativo. O que? O jovem hoje é outro? Ora bolas, internet ele tem em sua casa, em qualquer lugar, métodos e sistemas novos de ensino? Ora bolas isto ele tem também na escola, na TV e não sei mais em que lugar.

                Mas uma coisa garanto, ele ainda não descobriu que um dia poderia dormir sob as estrelas, armar uma barraca de olhos fechados, aprender nós e amarras para criar seu conforto em um acampamento, sentir o cheiro da terra quando uma nevasca invade seu habitat na floresta, ter oportunidade de ver o nascer e o por do sol do alto de uma montanha, molhar seus pés no regato de águas cristalinas em um descanso de uma jornada, saber o valor de uma sombra para descansar com o sol quente, participar de um fogo de conselho, em plena mata, noite alta, companheiros cansados dos trabalhos do dia, fogo crepitando. Cheiro da lenha ardendo, vagalumes, canto noturnos dos pássaros. Canções, risos em profusão. Seria maravilhoso se dessem a ele esta oportunidade.

                 E depois dizem que ele não quer mais isto. Agora só quer a metodologia do impossível, que lhe enfiaram pela cabeça e não deram a ele a oportunidade de escolher. Quem se acostuma com melado vai comer melado a vida inteira! Nunca vai experimentar outra coisa. Sou capaz de apostar que se oferecessem uma vida de aventuras, sem as tecnologias hoje existentes, sem iPod, sem celular, sem TV, sem internet, pelo menos uns dias em um local inóspito, pouco explorado, garanto onde penderia a balança para uma escolha honesta.

                Mas isto é oferecido a eles, dizem alguns. Basta o chefe adaptar! Adaptar? Agora é assim? Gostaria de ver. Temos muitos adultos, bem formados falando em nome dos jovens. Posso até concordar em parte. Mas e nós? Como fomos criados? Afinal nossa educação a moda antiga não valeu? O que eles querem? Alguém fez alguma pesquisa séria com as perguntas corretas? Pesquisa é fácil fazer, induzir nas respostas também. O melhor é ver o sorriso quando o programa é aplicado. E olhe meus amigos, o programa está indo por um caminho sem volta. Não é só os jovens que estão abandonando o escotismo. Também os adultos. Por quê? Um grande investimento é feito nos cursos de formação. Tudo perdido. Pelo menos nos últimos 30 anos.

                Dizem-me que os jovens são ouvidos. Que existe o Fórum Nacional de jovens, que eles podem opinar, que os adultos quando estão presentes são ouvintes. Estão ali para tirar subsídios. É no passado tive a oportunidade de conhecer tais fóruns. Prefiro não entrar em detalhes. Não vale a pena.

               Não sou “letrado” como se diz na gíria, para contestar trabalhos científicos preparados por gente competente. Mas sou “letrado” e muito na minha formação na Universidade da Vida. Participei ativamente no passado e se hoje me fosse dado a escolher, escolheria a minha patrulha, os meus amigos da patrulha, as minhas atividades da patrulha, as boas atividades ao ar livre, os acampamentos, as dificuldades, as alegrias as tristezas. Meu uniforme caqui, meu chapéu de três bicos, minhas tradições, minhas lindas provas de classe que tiraram de todos. Não? Se nascesse agora seria outro? Pode ser, mas gostaria que me dessem a oportunidade de testar os dois lados. Aí sim, diria o que eu responderia em uma pesquisa feita para saber o que eu penso de tudo.

              Eu gosto muito de ler o livro Escotismo Para Rapazes. É a minha bíblia escoteira de cabeceira. Acho as idéias ali contidas estupendas. Mas não podemos alongar muito este artigo. Teremos novas oportunidades para escrever e ver se conseguiremos uma pequena gota d’água nas mudanças que estão sendo feitas. Deixo aqui uma estrofe escrita por B.B.Valentine, no livro acima citado:
“Tem gente que é um gansinho no modo que vai atrás,
dos outros que vão à frente - nem sabe para onde vai...
Nas pisadas do pai ganso, vai pisando o filho atrás!
Ele nunca fará nada que não tenha feito o pai!

              O Movimento Escoteiro não pode enveredar por este caminho. Todos os participantes devem tomar conhecimento do que nossos lideres estão fazendo. Se está dando certo, atuar mais de perto. Cobrar. Dar idéias. Participar. Não ser só um figurante. Não seja um gansinho meu amigo. Não seja...

              Comentei mais sobre a Tropa Escoteira. É o elo importante de ligação. Uma boa alcatéia em seu programa atual, levando mais para a vivencia aprendida no livro da Jângal, sem invenções que vão aparecendo, vai dar o toque inicial. A tropa Sênior ou de Guias, é conseqüência natural de uma boa passagem pelos caminhos escoteiros na Tropa. Foi o início de tudo. É lá o coração do Movimento Escoteiro.

- No próximo artigo vamos analisar o papel do Diretor Técnico (que nome hein?) no Grupo Escoteiro. Dele é a responsabilidade pelo desenvolvimento sadio e democrático, dando condições aos escotistas de sessões, evitando colisões desnecessárias, e evitando a evasão de jovens e adultos. É o maior responsável por tudo.

Obs. Este é um artigo de informação. Não me julguem mal. Não quero de maneira nenhuma se indispor com a UEB só alertar para os erros que no meu modo de entender estão acontecendo. Vivas as outras organizações. Que elas consigam seu objetivo que são de todos. Sou ainda fiel a meu modo a UEB. Se estiver errado, paciência, o tempo dirá!

"O caminho dos preguiçosos é cheio de obstáculos, ao passo que o do diligente não tem quaisquer embaraços." (Benjamin Franklin)