sábado, 17 de dezembro de 2011

OS PAIS E O GRUPO ESCOTEIRO _ Ch. Sauro


Chefe Sauro Bartolomei – DCIM – 1977 – Um grande Escotista. Sua memória ficou marcada em muitos que o conheceram.

Minha homenagem a ele publicando um artigo de sua autoria.


OS PAIS E O ESCOTISMO

O jovem ingressa no Escotismo através da admissão de seus pais, como sócios contribuintes e mantenedores do Grupo Escoteiro.

Não é apenas a criança ou o jovem que entram para o Grupo, como é crença geral. Assim, quando a família é aceita no Grupo, as crianças passam a aspirantes e seus pais membros da Assembléia.

Gozam de regalias, mas tem deveres e obrigações dentro do Grupo Escoteiro, que daí por diante, deverá contar com sua colaboração.

É necessário que os pais compreendam que o Movimento Escoteiro pode fazer muito pelos seus filhos. Não é apenas um “mundo de aventuras”...

É um trabalho de formação educativa que deverá ser desenvolvido entre pais e chefes.

Reconhecido seu valor educativo, temos que proporcionar meios para que ele exista e que possa ser aplicado em sua plenitude.

O Escotismo precisa de duas formas de cooperação: material e humana, pois é uma atividade independente, vivendo de seus próprios recursos. São os pais que mantém o Grupo.

Não basta o trabalho dos Chefes, acampamentos e excursões. Torna-se necessário o sentimento de Escotismo dentro do lar. Algo que não se deixe de lado quando se tira o uniforme.

Devem ser orientados pela Promessa e Lei Escoteira em todos os momentos de suas vidas.

O Grupo também precisa de material didático, de sede e de campismo, manutenção e substituição dos mesmos. Quanto melhor equipado for o Grupo, melhores serão as condições para realizar um bom trabalho, com maior segurança.  Sem essa assistência material, o Grupo não sobrevive.

É necessário uma sede. Grande ou pequena, própria ou emprestada, para abrigar nossos jovens e guardar o material. E, porque não uma sede própria? Construir sem o fantasma eterno da mudança, os Cantos de Patrulha, a Gruta dos Lobinhos, uma oficina para reparo de material, uma sala para Diretoria e Chefia uma cozinha.... Ela será para todos, mais do que uma construção de tijolos e madeira.

Será a imagem de um grande ideal, o entrosamento completo entre pais, filhos e Chefia.  Mas, se de um lado focalizamos o problema material de um Grupo, ainda existe outro importantíssimo: o da Chefia.

Os Chefes mais antigos vão se tornando cansados. Há um desgaste natural do Chefe ao lidar com as crianças e jovens por muito tempo. A aventura passa a ser rotina, o entusiasmo transforma-se em obrigação e a vivacidade em monotonia. A evasão tem início.

Os pais ficam descontentes, os Chefes sentem-se frustrados e os jovens insatisfeitos.

Como resolver esses problemas?

Novos Chefes são necessários, somando-se aos mais experientes e trazendo novamente a dinâmica do “sangue novo”.
Todos sabem como é difícil orientar diretamente o adolescente. Sua tendência natural é seguir a sua turma, suas idéias e ações. Hoje em dia isso pode se tornar um perigo!

A única forma de chegar até eles é conseguir orientar discretamente o meio em que freqüentam, sendo aceito por eles e a sua turma.

O Grupo precisa de Chefes e o pai de uma oportunidade para ficar realmente ao lado de seu filho, fazendo parte da turma.

Precisamos de pais que queiram ajudar a lidar com estes jovens ávidos de conhecimentos e aventuras, inquietos, turbulentos e que muito tem a receber.

Apenas colocar o filho no Escotismo não é suficiente. É muito passivo!

Amanhã, talvez arrepender-se-á de não ter dado um pouco mais de si, aos seus filhos e outros jovens que convivem com eles.

Basta que se decida e, compreendendo a situação, venha se colocar ao lado da Chefia e Diretoria, convicto que está fazendo algo para a juventude e seus próprios filhos, dedicando-se ao Movimento Escoteiro, colaborando para que os jovens de hoje, tenham um futuro melhor.

O Grupo Escoteiro que puder contar com a assistência material e humana dos pais, pode se sentir realizado.

Estará proporcionando compreensão, trabalho, dedicação, altruísmo e amor.

Seu filho, nesse ambiente, será feliz.

Sauro Bartolomei – DCIM – 1977
25º SP Grupo Escoteiro Nove de Julho