segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ESTE ESCOTEIRO E ESTE LOBINHO SÃO O "CARA"



A historia é o fato de quebrar a linha entre o exemplo e a esperança. Nunca no meio certo para provar que não existe semelhança numa comparação.  Escrevê-la, mesmo em forma de romance, é juntar os pedaços como ponteiros. Mas a escolha do tamanho depende da ideologia.

João Felício dos Santos

Este Escoteiro e este Lobinho são o “Cara”

(O presidente americano Obama, usou esta expressão para definir o presidente brasileiro – significa o homem certo, aquele que e líder, motivado etc.)

Quem não tem em sua tropa ou alcatéia, aquele jovem ou aquela jovem que mostram serem os melhores?  Os mais interessados? Os mais dedicados? Todos têm alguém assim. São os primeiros a chegar à sede e os últimos a sair.

Nos acampamentos, excursões, qualquer atividade lá estão eles/as sempre com todo o equipamento, uma boa mochila, bem uniformizados e sempre sorrindo. Não reclamam, são sempre bons estudantes, bons filhos enfim chegamos até a pensar que ele ou ela já nasceram com Espírito Escoteiro. Eles são nosso orgulho e sempre os exemplos em qualquer situação. Pedimos a Deus que toda a tropa ou alcatéia fosse assim. Mas sabemos que não.

Porque os demais não são do mesmo jeito? Afinal o programa dado é o mesmo para todos, e se uns poucos se destacam porque não os demais? Seria muito bom se assim fosse, pois teríamos uma tropa ou alcatéia de elite cujo método aplicado estaria dentro dos padrões esperados. E o objetivo seria facilmente alcançado.

Infelizmente para muitos a realidade é outra. Para estes que se destacam ou para aqueles desinteressados, que faltam as reuniões, que chegam atrasados que sempre tem uma desculpa para qualquer falta, são péssimos nas provas de classe ou etapas, se uniformizam mal, a realidade é outra.

Claro, a preocupação é com todos, mas vamos esquecer o “Filho do Chefe”, pois este é um caso a parte. Muitas vezes é o mais prejudicado, pois os pais exigem deles mais que os outros, não dão folga, seja na escola ou na igreja cobram o tempo todo, e dizendo sempre – Afinal você é escoteiro e sua promessa e a lei devem ser ponto de honra! Sonham que eles devem atingir a classe máxima, comentam com os amigos, mostram fotos, enfim o jovem não tem escolha, é obrigado a aceitar e pode até que dê certo, mas na maioria dos casos o que se vê é uma revolta silenciosa.

No entanto conheço também muitos pais que tem filhos no escotismo e se dão maravilhosamente bem. É o seu caso que está lendo este artigo e tenho certeza que se tiver um filho ou uma filha escoteiro/a não deve servir de base para o que escrevi. Não se ofenda.

Conheço muitas alcatéias e tropas que podem se orgulhar pelo desenvolvimento, pela aplicação do programa escoteiro, que ali os antigos escoteiros se orgulham do seu passado e aprenderam quando jovens o verdadeiro “Espírito Escoteiro”.

Infelizmente não são a maioria. Muitas seções não tem uma preocupação em solucionar o porquê do desinteresse dos demais. Estes, os Chefes não procuraram ver onde está o erro, a falta de motivação, a entrada pequena e a saída maior. Não existe lista de espera, alguns nem mesmo nunca conseguiram ter a quarta patrulha, e olhe, falo de patrulhas com mínimo de seis, presentes sempre as reuniões.

Para sanar as faltas semanais, tiram um escoteiro de uma patrulha, de outra para nivelar com aquelas cujos jovens faltaram. Nas reuniões e atividades não existe aquela participação, o orgulho da patrulha ou da matilha, pois ela foi desmembrada a titulo de que? Facilitar a atividade? Ao desenvolvimento do jogo? – Se for assim qual o objetivo? Nenhum é claro e o que se está fazendo terá como resultados os piores possíveis.

Se você é um destes, cuja seção só tem um ou dois motivados, quem sabe chegou à hora de se reciclar ou mudar? Alguns cursos, livros, pesquisa, principalmente de campo junto aos jovens, porque eles estão saindo, porque estão desinteressados, o que houve, é o programa, é a família ou é a escola?

Se você fez ou vai fazer uma pesquisa, leve a serio o que está fazendo. Não tire conclusões precipitadas. Converse com dois ou mais escotistas experimentados do seu ou de outro Grupo Escoteiro, cujas tropas ou alcatéias estão dando bons resultados e mude. Mas mude mesmo. Não vá dizer - Agora meus jovens, começaremos do zero, tudo vai mudar. Não vai não. Não é assim a ação.

Agora é hora de ver junto a eles, os jovens o que está acontecendo. Uma conversa franca, mas sem esticar muito. Não mais que dez minutos a cada dia. O bom mesmo é a conversa franca com os monitores. Em ambos os caso você é um mero ouvinte. Não dê explicações nem tampouco desfaça de um ou outro. Deixe-os a vontade. Vais ouvir é claro o que não quer, mas o objetivo é melhorar e o primeiro passo foi dado.

Motive para que eles sejam honestos. Seja um mero ouvinte. Aceite as críticas e se vierem vai ser de grande valia. É este o caminho certo para conseguir ter uma boa tropa ou alcatéia no futuro e poder dizer, aqui todos são “caras”. Mensalmente verifique se os resultados estão sendo alcançados. Não é em pouco tempo que tudo vai ser “diferente”.

Conheço boas tropas com duas ou três patrulhas. Alcatéias com duas ou três matilhas. Mas quando a saída é maior que a procura, seu programa não vai ao caminho certo. Pode até significar que os jovens da comunidade tem programas melhores que os de reuniões dos Grupos Escoteiros, por isto o abandono e a falta de interesse.

Quando você for amigo dos monitores e subs, quando tiver reuniões com eles para seu adestramento ou formação (leia a Patrulha de Monitores aqui em um artigo), você verá que a procura virá naturalmente. Isto é claro quando eles puderem opinar. Quando sentirem que o programa agora pertence a eles.

Dê a eles mais campismo. Mas atividades aventureiras. Leve uma barraca, deixe os monitores ensinarem a suas patrulhas, faça um jogo de armar barraca de olhos vendados. Os Sinais de Pistas estão ultrapassados? Pois programe uma patrulha para fazer uma pista por mais de 1000 metros e que as outras sigam. Leve cordas, deixe por conta dos monitores fazer um comando crawl. Deixe-os aprender até a exaustão descer de arvores com cordas usando o volta do salteador.

Leve algumas tralhas de cozinha. Procure deixar a patrulha fazer um café ou quem sabe um arroz, um ovo frito em um fogão a lenha. Pense bem, existem tantos programas chamativos no campo que não preciso ficar enumerando aqui. Programa de sede tem de existir, mas não é chamativo. Jogos são importantes, mas não o essencial. Muitas vezes o chefe fica preocupado em dar os jogos e quem sabe não está agradando.

Pergunte aos chefes que estão fazendo isto. Serve também para a alcatéia. De uma maneira diferente é claro, mas um acantonamento, um passeio na “Floresta Encantada”, passar um dia armando barracas, brincar em subir e descer em cordas e outras tantas atividades que poderão ser feito pelas matilhas, claro sempre na mística da Jângal, os resultados são surpreendentes.

Torno a afirmar e podem perguntar aos grupos que assim agem que a procura é sempre maior do que a saída. Nada em tempo algum vai substituir a vida ao ar livre, as atividades aventureiras, os acampamentos e o sonho que o jovem tem de também ser um herói. Pensem bem, se vocês estão sofrendo com a perda de jovens, se a procura é menor que a saída, se ha desinteresse, se somente um ou dois “caras” estão motivado. É hora de mudar e logo.

Finalmente, quero deixar bem claro que isto é somente para as seções que se enquadram nas dificuldades aqui expostas. Uma grande maioria de grupos agem de maneira correta e tem diversos “caras” em suas fileiras.

Tenho certeza que vocês podem ter e vão ter muitos “caras” em suas seções. Basta querer e ter força de vontade. Desejo de coração o que dizia BP, o sucesso sempre! 

É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer.