domingo, 11 de dezembro de 2011

CIVISMO, GARGO E BOA ORDEM


Civismo, garbo e boa ordem

Diversas vezes assisti e ouvi comentários diversos sobre ordem unida nas seções escoteiras. Eu mesmo tive experiências, algumas boas outras nem tanto quanto a ordem unida, marchas militares etc.

Não sei o quanto isto implicou com minha formação escoteira e formação de vida. Acho que nada. E olhe, marchei muito na minha vida, tive instruções de ordem unida por muitos anos.

Mas quando fiquei adulto, comecei a ver o escotismo de outra forma. Não na sua parte de  Princípios e Métodos, isto não. Alguns membros de equipes de adestramento (hoje formação, incrível a mudança da UEB), diretores nacionais e regionais não aprovavam muito a ordem unida. Diziam que o escotismo não é militarista e etc. e etc. No desfile devíamos apenar andar sem marcha (?), apenas mantendo o garbo e o espírito escoteiro.

Participei de alguns desfiles conforme as instruções dadas. Senti-me um peixe fora d’água.

Claro que no passado, lá pelos idos de 1910/50, diversos políticos nacionais e regionais em cargos de relevo, aprovavam o escotismo de tal maneira, que, quase era obrigatório ter um Grupo ou Associação como se dizia na época em todas as escolas. Na falta de chefia, as polícias militares e o exercito eram convidadas a colaborar. Muitos cursos foram dados a estes, mas nem todos proveitosos.

Por uma época quando jovem tive um chefe de grupo (diretor técnico – não gosto desta mudança) era militar (indicado pelas autoridades da cidade) e passamos a ter muitas atividades de ordem unida, marcha militares e até uma pequena fanfarra foi adquirida. Participei dela. Tenho saudades.

Claro, as atividades de tropa, o sistema de patrulhas e as atividades extra sede eram freqüentes. Nesta época sempre nos portávamos com uma postura pseudo militar o que para nós significava garbo e boa ordem. Acho que valeu muito para a minha disciplina e postura quando adulto.

Hoje aconselho sempre que posso, que uma postura como esta é necessária. Admito que alguns pensem o contrário, até aceito, mas não acho válida participação de atividades cívicas, onde todos estão com uma postura e o escoteiro mantém outra.

Fiz diversas pesquisas deste assunto na internet e vi que muitos psicólogos e pedagogos (nem todos) dizem o contrário do que penso. Acham que a formação não precisa disto e o movimento escoteiro também.

Não sei. Não concordo muito. Precisamos mais de disciplina e respeito na juventude atual. A liberação, a escolha e a forma que é mostrada atualmente não me satisfazem. Prefiro um grupo sério no seu pragmatismo a outro liberal. Acredito que ambos podem atingir o seu objetivo, mas prefiro o primeiro no sentido mais disciplinar.

Ao formar patrulhas, matilhas, ou mesmo adultos escotistas em atividades próprias, insisto na disciplina, na postura militar sem exigir claro, igualdade aos métodos militares.
Também parabenizo Grupos Escoteiros que treinam seus jovens quando das atividades cívicas e mostram um garbo próprio quando dos desfiles, recebendo o carinho da comunidade e os aplausos da população que ali comparecem. Ao contrário, aqueles que simplesmente passeiam, mesmo que disciplinarmente, não serão bem visto pela sociedade presente.

Durante meus 60 anos vividos no Movimento Escoteiro, acompanhei milhares de jovens recebendo o mesmo que recebi, e todos, quase sem nenhuma exceção são pessoas bem radicadas na sociedade, com caráter e elevado espírito escoteiro, o que diz tudo.

Abomino qualquer outra caracteristica que nos trazem os pensadores, a respeito de nossa juventude escoteira, mas acredito é claro, que também a forma apresentada por estes podem dar excelentes resultados.

Enfim, um pouco de ordem unida em suas seções, podem trazer excelentes benefícios no futuro e não fazem mal a ninguém. Não me convidem para uma atividade cívica onde os jovens estarão andando displicentemente, ou atividades escoteiras onde a postura é deixada a desejar.

Lembro a todos que me lêem que não sou o dono da verdade. O outro lado também pode e dá muitos resultados satisfatórios.